4 de agosto de 2025
Texto: Ascom HMAP e SMS
Equipamentos podem amenizar a sensação de isolamento e gerar efeitos positivos no comportamento dos pacientes, trazendo conforto emocional em meio ao ambiente hospitalar
Duas televisões instaladas em leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) estão transformando a rotina de pacientes internados em estado crítico. A iniciativa, fruto de uma doação do Voluntariado Einstein, reforça o compromisso do HMAP, unidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), construída e mantida pela prefeitura e gerida pelo Einstein, com práticas de cuidado mais humanizadas e centradas no bem-estar integral do paciente.
“A Saúde Pública de qualidade deve ir além do atendimento clínico eficiente e enxergar o ser humano em sua totalidade. A tecnologia, nesse caso, não serve apenas para o tratamento médico, mas também reconecta o paciente à sua identidade e à sua história. Muitos estudos já indicam que o bem-estar emocional influencia diretamente na recuperação clínica”, frisa o secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães.
De acordo com a equipe assistencial, a simples retomada do hábito de assistir à TV pode amenizar a sensação de isolamento e gerar efeitos positivos no comportamento dos pacientes, como menor agitação, mais colaboração com o tratamento e até melhora no humor. “Assistir a um programa favorito, uma novela familiar ou acompanhar o jogo do time do coração permite que o paciente resgate parte da sua rotina e identidade, trazendo conforto emocional em meio ao ambiente hospitalar”, explica Renata Cyrino, coordenadora da UTI do HMAP.
Na primeira vez em que as TVs foram utilizadas na UTI do HMAP, a coordenação desenvolveu uma espécie de sessão de cinema, com direito a cardápio especial. A nutrição preparou milkshake e sanduíches e o núcleo de experiência do paciente distribuiu ingressos para tornar o ambiente mais agradável, humanizado e acolhedor.
Embora os impactos ainda não sejam mensurados formalmente, os sinais subjetivos reforçam o potencial da TV como ferramenta de acolhimento, leveza e pertencimento dentro da UTI. “Estar na UTI pode ser uma experiência solitária e angustiante. A TV traz a sensação de normalidade, ajuda o paciente a se conectar com o mundo externo e favorece o conforto emocional durante o tratamento”, observa a coordenadora.
Humanização
A humanização do atendimento tem se mostrado uma tendência fundamental para a saúde moderna. No HMAP, o objetivo não se restringe a tratar a doença, mas cuidar da pessoa como um todo, respeitando sua dignidade e necessidades emocionais, o que inclui a importante missão de envolver a família nesse cuidado. “A família não deve ser vista apenas como uma visita, mas como parte essencial do paciente enquanto ser humano. Ela carrega histórias, afetos e referências que ajudam a construir um cuidado mais completo, mais respeitoso e verdadeiramente centrado na pessoa”, explica Renata.
A equipe orienta tanto a família quanto o paciente em relação à programação e ao conteúdo transmitido, que devem ser leves, conhecidos e tranquilos. Evita-se, por exemplo, notícias que possam gerar estresse. O tempo de exposição também é acompanhado, sempre com bom senso e considerando o estado clínico e emocional do paciente. Além disso, com base em decisões individualizadas e na observação contínua, quando necessário, a TV é desligada para preservar o descanso e o sono.
Além do uso da TV, foram desenvolvidas ações voltadas à presença da família, como o horário estendido de visita à UTI. Dependendo da avaliação da equipe, é possível até mesmo um acompanhante. Outras iniciativas foram colocadas em prática para facilitar a comunicação com pacientes intubados, a ambientação da unidade e a prevenção do delirium, como, por exemplo, comemorar o aniversário do paciente no jardim da unidade, promovendo um momento festivo.
Pedro Vieira, diretor da unidade, considera que essas iniciativas tornam o ambiente da UTI mais receptivo tanto para pacientes, quanto para familiares. “Nosso objetivo é cuidar do paciente como um todo – do corpo, da mente e das emoções. Precisamos desmistificar a ideia da UTI como um espaço de terminalidade. Ela é, na verdade, uma etapa do cuidado, que deve sinalizar continuidade, onde há espaço para a vida, para o vínculo e para o afeto”, conclui
Fonte: Camila Godoy
Secretaria Municipal de Saúde
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