16 de dezembro de 2025
Texto: Polliana Martins
O projeto “Fim de Vida e Cuidados Paliativos em Saúde” é uma iniciativa pioneira no Estado, voltada ao aprimoramento da atenção à população idosa
A Prefeitura de Aparecida de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apresentou, no último dia 11 de dezembro, na Cidade Administrativa Maguito Vilela, os resultados técnicos das pesquisas e análises do projeto “Fim de Vida e Cuidados Paliativos em Saúde”, voltado à promoção de um envelhecimento saudável e ao cuidado adequado da população idosa.
Inédito em Goiás, o projeto deverá ser estendido para todo o Estado em 2026.
A iniciativa é desenvolvida em parceria entre a SMS e o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP-UFG) e é coordenada pela professora titular do Departamento de Saúde Coletiva do IPTSP, doutora Marta Rovery de Souza, com o apoio de gestores e profissionais da rede da SMS.
Durante a apresentação, foram expostos os resultados obtidos por meio de questionários, visitas técnicas e diários de campo, que avaliaram desde a acessibilidade física dos espaços até o uso de medicamentos psicotrópicos e suas possíveis interações, entre outros aspectos. Ao todo, foram ouvidos mais de 120 pacientes, além de familiares e profissionais, em cinco Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) do município.
No evento, a equipe da professora foi recebida pelo secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães; pelo superintendente de Atenção à Saúde, Gustavo Assunção; e pela coordenadora da Estratégia Saúde da Família (ESF), Karina Pimentel, além de gestores e profissionais da rede da SMS envolvidos no projeto.
Imenso desafio social
“Apresentamos o que vimos e analisamos em ILPIs que abriram suas portas para nós, mostrando a realidade desses locais e o perfil dos residentes, para que possamos propor iniciativas para o Município. Também elaboramos uma carta de recomendações para a melhoria da qualidade de vida dos idosos. No Brasil, ainda há muito preconceito e desinformação sobre os cuidados paliativos, que não são de cura, mas de conforto. As pessoas precisam discutir mais a morte, especialmente nos cursos da área da Saúde, para aprimorar a formação dos profissionais que lidam com os idosos. É um imenso desafio que temos pela frente”, afirmou Marta Rovery.
Nesse contexto, o secretário Alessandro Magalhães destacou que o projeto representa “um desafio fundamental para a Saúde Pública e para toda a sociedade” e ressaltou que as ações terão continuidade com base nos dados levantados. “Vamos apresentar esses resultados ao prefeito Leandro Vilela, que está atento às demandas da cidade, e fortalecer nosso apoio e parceria com as instituições envolvidas. Com essa união de esforços, vamos estruturar processos para aprimorar a atenção prestada aos idosos em Aparecida”, enfatizou.
O superintendente Gustavo Assunção disse que a iniciativa aborda a finitude da vida e a dignidade humana, além de refletir o aumento da longevidade no Brasil e no mundo: “A expectativa de vida já ultrapassa os 76 anos, e a Saúde Pública precisa se preparar para cuidar melhor dessa população. Além de ser mais econômico investir em prevenção do que em cura, o principal é garantir mais conforto aos idosos e às suas famílias”.
A coordenadora Karina Pimentel acrescentou que os dados obtidos pelo projeto são altamente relevantes para a rede de Saúde Pública, pois permitem avaliar o perfil da população idosa e identificar as intervenções necessárias para qualificar a assistência. Segundo ela, “ainda há muito a ser feito e, graças a esse projeto, estamos mais preparados e embasados para desenvolver estratégias e avançar no cuidado de quem envelhece e tem o direito de viver com segurança e dignidade. ”
Envelhecimento da população
Segundo o IBGE, o número de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil cresceu 57,4% entre 2010 e 2022, passando de 7,4% para 10,9% da população total. O Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam que, até 2030, cerca de 24% da população brasileira terá mais de 60 anos, o que representa aproximadamente 50 milhões de pessoas. Esses dados reforçam, segundo especialistas, a urgência de políticas públicas robustas e humanizadas voltadas à população idosa.
Fonte: Camila Godoy
Secretaria Municipal de Saúde
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