Plano de Contingência para contenção da epidemia de dengue em Aparecida é destaque no Congresso Nacional do Conasems

Um projeto de intervenção da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para conter o avanço da dengue em Aparecida foi destaque no último congresso nacional do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), que aconteceu na última semana em Brasília e contou com representantes de todos os municípios brasileiros. “Fomos selecionados entre mais de 1.500 trabalhos inscritos de cidades de todo o Brasil. A dengue é um problema de âmbito nacional e o prefeito Gustavo Mendanha tem sido muito responsável ao formular políticas públicas de prevenção aos males causados por essa epidemia em nosso município” – explica Kátia Sena da Costa, coordenadora do Programa de Prevenção de Doenças Transmissíveis da SMS.

O plano de contingência para epidemia de dengue no município de Aparecida de Goiânia orienta a organização e o desenvolvimento da rotina das atividades de prevenção à proliferação da doença. “Elaboramos um plano que orienta o controle das arboviroses para reduzirmos a ocorrência de óbitos por dengue. A atuação é focada na prevenção e no controle da infestação predial do mosquito Aedes Aegypti e também dos processos epidêmicos. Neste sentido a participação da população é fundamental porque este é um problema de todos” – conta o secretário da pasta, Alessandro Magalhães.

Ele explica que o curso Aedes Na Mira, que tem tutoria de Integração da Vigilância em Saúde e Atenção Básica, tem intenção de formar uma rede nacional de pessoas capacitadas, que terão cada vez mais condições de combater as epidemias que assolam ciclicamente as diversas regiões do Brasil. “Dados da Vigilância Epidemiológica do município revelam que até a 11ª semana do ano de 2019 foram notificados 3.500 casos de dengue no município de Aparecida de Goiânia, sendo 2.700 deles realmente confirmados com a doença. Uma diferença de mais de 700 casos comparando-se com o mesmo período do ano anterior. Portanto fez-se necessário uma ação em conjunto para fortalecer ações que já realizávamos” – pontua.

Kátia Sena conta que a iniciativa de realização do plano de contingência é resultado do curso de capacitação à distância, chamado Aedes Na Mira, realizado pelo conselho Nacional de Saúde (Conas), onde todos os inscritos tiveram que formular um projeto de intervenção na área. Ela explica que o Aedes Na Mira é gratuito e que os cursos têm duração de três meses e carga horária de 40 horas. “O projeto oferece suporte e ferramentas de capacitação a gestores e profissionais de saúde para o enfrentamento das doenças ocasionadas pelo Aedes” – completa.

A doença

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue no mundo todos os anos. Trata-se de uma doença potencialmente grave que pode evoluir para a síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial, elevando o risco de morte. Segundo a coordenadora, a melhor maneira de combater esse mal é atuando de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito. Em Aparecida de Goiânia foram notificados 112.929 casos de dengue entre os anos de 2010 a 2018.

Plano de Ação

A produção do plano de contingencia é resultado de diversas reuniões realizadas com as áreas de vigilância epidemiológica, laboratórios, controle de vetores, assistência aos pacientes, mobilização, comunicação e gestão. Foram definidas metas, ações, atividades relacionadas a cada componente e indicadores de acompanhamento de execução das atividades. Os indicadores serão acompanhados trimestralmente pelos responsáveis e apresentados nas reuniões do Comitê Municipal de Investigação de Óbito e Controle da Dengue.

O projeto de intervenção foi baseado no perfil epidemiológico da dengue no município, que identificou os principais pontos da organização e da estrutura do serviço de saúde de Aparecida, apresentando informações referentes à situação epidemiológica da dengue. A vigência do plano é de dois anos e será acompanhando pelas coordenações responsáveis trimestralmente ou quando houver necessidade.

Texto: Frederico Noleto

Fonte: Camila Godoy