Saúde de Aparecida realiza o tradicional Arraiá do Caps Criarte Vida

Texto: Polliana Martins

A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) realizou, nesta quarta-feira, 30 de junho, o tradicional Arraiá do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) AD III Criarte Vida no Setor Veiga Jardim II. A festa, com danças e comidas típicas, como canjica e milho cozido, reuniu profissionais da unidade e usuários, mas sem a presença dos familiares dos pacientes, assim como no ano passado, para evitar aglomerações por causa da pandemia do novo coronavírus.

“Para além dos tratamentos, é essencial promover permanentemente a socialização das pessoas assistidas por nossas equipes. Eventos como esse trazem muitos benefícios para os pacientes, que se sentem ainda mais acolhidos e respondem melhor às abordagens terapêuticas”, destaca a coordenadora de Saúde Mental da SMS, Carolina Sartori.

O superintendente de Atenção em Saúde, Gustavo Assunção, esteve no Arraiá, conversou com pacientes e trabalhadores do Caps e reafirmou a importância da iniciativa: “É uma tarde festiva que faz a diferença na vida dos nossos usuários, a gente percebe isso ao ouvi-los. Nesses momentos, eles brincam, jogam cartas, dançam, enfim, se esquecem por alguns instantes das dificuldades que enfrentam e aderem ainda mais aos tratamentos, solidificando os laços de confiança com os profissionais.”

Pollyanna Costa Franco, diretora do Caps, explica que a unidade funciona “de portas abertas”, sem necessidade de encaminhamento, ou seja, quem desejar se tratar para abandonar o uso de álcool e outras drogas pode ir diretamente ao local. “Atualmente temos cerca de 3.400 mil usuários atendidos aqui por nossos 47 trabalhadores, que vão desde o pessoal administrativo, dos serviços gerais, até médicos e musicoterapeutas, dentre outros. Tratamos nossos pacientes envolvendo o meio que em que vivem e suas famílias, é uma atenção que demanda mudanças de comportamentos e acompanhamento para a vida inteira”, enfatiza.

Em tratamento há poucos dias no Caps, H.V.S., 46 anos, conta que foi assessor parlamentar e chefe de gabinete por 4 anos, emprego que perdeu devido ao abuso do álcool: “Voltei a trabalhar como gerente de vendas, tenho formação acadêmica em Administração de Empresas, mas acabei ficando em situação de rua. Perdi tudo e não tenho o apoio da família, mas aqui tenho a ajuda dos profissionais. Estou gostando muito de todos eles, essa festa está maravilhosa e sei que vou começar do zero e reconstruir minha vida. ”

Já F.B.N., 30 anos, relata que nasceu em Bom de Jesus da Lapa (BA), onde conheceu as drogas, e veio para Aparecida com 16 anos de idade. “Já tem quase cinco anos que recebo acompanhamento, o tratamento aqui me fez voltar a estudar. Estou quase terminando o terceiro ano, ainda estou em situação de rua e as coisas são difíceis, mas tenho fé que vão melhorar.”

F.B.N. ainda frisa que “o Caps pra mim é tudo. É onde consigo me encontrar e tentar voltar à sociedade. Os profissionais, os grupos que têm, tudo ajuda. A gente vai pegando as palavras que nos fortificam. Muitos não querem, mas quem quer vai participando de tudo para olhar para a frente e mudar a vida. ”

O Caps Criarte Vida

Inaugurada em 19 de junho de 2018, esta sede do Caps Criarte Vida atende usuários de álcool e outras drogas funcionando 24 horas em um espaço de quase 700m² de área construída. O Caps foi implantado em Aparecida no ano de 2011 e funcionava desde então no Setor Nova Era, em prédio alugado. A sede atual é mais ampla, melhor equipada, conta com espaços para atividades coletivas e atendimento individualizado, refeitório, quartos, sala de medicação e posto de enfermagem e farmácia, dentre outros. A instituição compõe a rede de Saúde Mental de Aparecida de Goiânia e é responsável pelo acompanhamento clínico e reinserção social das pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Para tanto, equipe multidisciplinar oferece atendimento 24 horas promovendo estratégias de acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários com os usuários.

Fonte: Camila Godoy